entre aspas

“Não sei lidar com escolhas”



Letícia, 15 anos, Ouro Branco/MG – Oi, galera do Entre aspas . Consegui criar coragem pra mandar meu problema pra vocês. Vejo sempre as meninas mandando suas dúvidas e vocês sempre ajudando que resolvi tentar também. Então meu problema é: Eu não sei o que quero, ou melhor, eu acho que sei o que quero. Antes de eu namorar, eu tinha meus planos, porém ele chegou tão de repente e me faz tão bem que seria loucura o deixar. Eu não sou daqui do Brasil, por isso eu pensava em voltar pro USA (país natal), porém não posso voltar e simplesmente o deixar.

Olá Letícia. Que bom que tomou coragem para escrever para a gente!Então, a situação é um pouco complicada. Fica dividida entre o seu futuro e a pessoa que você ama é realmente difícil. Vocês já conversaram sobre o assunto? O que ele acha? Se ainda não falou nada, peça opinião, converse, seja franca e escute o que ele tem para dizer. Não é fácil viver um relacionamento à distância. Não é. Mas se vocês se entenderem, existem diversas soluções para tal coisa e alguma delas deve servir para vocês.

É importante que você decida primeiramente o que quer e depois o que irá fazer em relação ao seu namoro. Se ainda não sabe o que quer, então decida o que você não quer. Isso pode ajudar e sua decisão será então por um processo de eliminação. Até, enfim, chegar ao que queria. Outra coisa é o meu problema com as pessoas, normalmente as pessoas não concordam comigo em nada, o que às vezes me magoa e me deixa nervosa. Tudo que digo que vou fazer sempre tem aquela pessoa negativa ao lado e muitas vezes é a família e os amigos. Ultimamente não tenho tido muitos amigos, e não dou muito certo com minha família.

Uma coisa é fato: pessoas para discordar de nós sempre vão existir. É ruim quando é a nossa família e nossos amigos? É, demais. Mas de certo modo, eles não são obrigados a concordar com você. Talvez, sobre tudo que eles tem te falado, é par ao sei bem.

E quanto a negatividade, eu aprendi uma coisa a um tempo: Cabe você ou não aceitar isso. Assim como chega sempre coisa positivas e a gente aceita, só a gente pode decidir se vai ou não aceitar todos esses pensamentos e energias negativas que chegam. A decisão de acolher isso é só sua.


Estou me sentindo tão confusa e tão perdida, porque agora não sei se devo ir embora e largar meu namorado, se devo ir embora e tentar manter um relacionamento. Não sei nem se devo ir embora! Não sei como lidar com essas críticas que me tiram do sério. Enfim, não sei o que fazer. Seria uma graça se vocês pudessem me ajudar. Um beijão! Muito sucesso com o blog.

Letícia, entenda que para cada escolha que você fizer haverá uma conseqüência. É aquela coisa chata de ação e reação, sabe? E você deverá pensar muito bem antes de agir. Tampe um pouco os ouvidos, respire fundo e peça ajuda a quem você realmente confie. É importante que você se decida, mas é importante que faça isso certa de que quer fazer isso.

Um relacionamento a distância não é fácil, mas terminar agora talvez não seja uma boa idéia também. Pense em como será sua vida nos Estados Unidos, se você realmente voltar. Pense em tudo isso. É necessário que coloque na balança e analise o que mais pesará para você, emocional e racionalmente falando. É clichê, mas a resposta está dentro de você e só você terá acesso a ela. Esqueça os outros. Obrigada pelo carinho e boa sorte!


Olá amiga!

Existem amizades que duram a vida toda e outras que não. É bom cultivar as relações que temos. Mas, nem sempre isso é possível e a amizade acaba com o tempo. As mudanças da vida nos levam por caminhos diferentes ou já não temos tantas coisas em comum. Quando uma amizade não trás coisas positivas é melhor terminá-la. Sei que não é fácil, entretanto, com o tempo, você vai superar essa perca


Antes de tudo, converse com a pessoa para saber se é possível reatar a amizade. Caso contrário, evite vê-la, procure não falar sobre ela, afaste todas as lembranças, como fotos, cartas e presentes. 


Apoie na família e em pessoas próximas.

Encontre atividades diferentes que distraiam e divirtam.

Arrume um tempo para refletir sobre tudo o que aconteceu e aprenda com a experiência.

Terminar uma amizade pode ser algo terrível, especialmente se ela era antiga.


O fim de uma amizade é como uma ruptura amorosa. Deixe o seu coração cicatrizar e quando isso passar, você poderá aproveitar o melhor da vida. Lembre-se que a maioria dos amigos são passageiros e são poucos os que permanecem para sempre.

TÍTULO DA HISTÓRIA: Amor a distancia...
Havia uma menina que morava em Londres, e que gostava de um menino chamado Leonardo, mas não era bem assim.O amor dos dois tinha um porém, ele morava aqui no Brasil mesmo, e eles só se falavam pela internet, Leonardo era um menino Humilde. Ah,e não esquecendo, o nome dela era Barbara, Tinha 17 anos, e a família dela era uma das mais ricas de Londres! Léo, morava em um bairro humilde de São Paulo, e tinha 17 anos também, acima de tudo, o amor deles tinha muitas restrições por conta social.Léo já estava juntando dinheiro a 3 anos, deixou tudo de lado, e começou a trabalhar, para ele finalmente ver Barbara, Mas o inesperado...
Aconteceu, os pais de Barbara descobriram tudo, e tiraram tudo da menina, ela nem podia mais sair de casa...O Pai dela, entrou no computador dela, e deixou um recado para Léo, que não sabia de nada que estava acontecendo, e pensou que era ela mesmo'' Leonardo, Desculpas, mas me apaixonei por outro garoto, você não faz parte da minha vida social, nunca poderá fazer, Adeus. ''Léo se desesperou, Pegou todo dinheiro que tinha e tirou todos os documentos, e viajou para Londres as pressas...Léo chegou a Londres, e corre para casa de Barbara, sem saber, que os pais dela trancaram a menina, ele foi desiludido...Quando Léo chegou lá, Havia 4 seguranças na porta, e ele se perguntou, como vou entrar, decidiu dar a volta na casa, e tentar pelos fundos..Ele pulou o muro, e pulou uma janela que leva a sala , Subiu as escadas as pressas, e quando abriu o quarto de barbara ela não estava.E ouviu um barulho dos pais chegando com Barbara, correu para baixo da cama, e só ouviu os pais falando de algo sobre casamento...Léo imaginou, que Barbara, e seu '' namorado '' estava ficando sério, mas nada disso, era só a festa de 50 anos de casados dos pais dela. Barbara chegou chorando no quarto, e ouviu um suspiro de baixo da cama, quando ela viu, era léo, ela se assustou, '' Léo o que faz aqui? ''Léo diz: '' Eu? Só vim ouvir, tudo que você me falou na internet, me diz na cara me iludiu'' Barbara sem compreender nada, começa a chorar.E respondeu a ele, ''Eu não tive culpa, meus pais tiraram tudo de mim, eu não pudem mais entrar e nem falar mais com você, eu te amo muito''Léo acariciou o rosto dela, e eles deram o seu primeiro beijo, e decidiram fugir para Portugal, Barbara tinha um dinheiro escondido.Conseguiram sair da casa, e ir para Portugal, Em 2 meses Barbara completaria 18 anos e em 3 meses Léo também.Depois de 5 meses que fugiram, Decidiram se casar, e com isso ninguém mais o separaria, e o amor que um tinha por outro duraria para sempre.Se casaram, e passando dois anos, tiveram gêmeos lindos, e isso foi a prova, que não importa a distância nem a classe social, o amor supera .MORAL DA HISTÓRIA: PARA O AMOR VERDADEIRO NÃO EXISTE DISTANCIA NEM CLASSE SOCIAL QUE IMPEÇA!

Entre aspas: Será que eu sou a única idiota do mundo?

Olho para a pilha de papéis que devo ler e anotar em vermelho e penso: caguei. Preferia umas cem vezes te ver saindo do banho novamente, limpo de mim. Pronto pra se sujar de mim novamente. Aí olho para essa pilha de livros que ensinam a roteirizar e penso: grande merda. Prefiria repassar pela milésima vez o roteiro que começa com você me beijando mais intenso, evolui pra você me beijando mais pra baixo e termina com você me beijando já sem forças.
Daqui a quarenta minutos chega o Paulão, meu personal. Mas eu olho para a minha roupinha de ginástica esticadinha em cima da cama e penso: foda-se. Preferia ouvir você dizendo de novo: vai, é sua vez de malhar. Preferia me irritar de novo com a sua preguiça de ficar em cima.
Chegou um e-mail com a programação completa do meu curso de yoga. Chegou outro com uma planilha de Excel cheia de datas que eu devo cumprir. Chegou outro com a mais nova modalidade de assalto na Henrique Schaumann. Grande bosta. Eu só queria que chegasse um e-mail seu. Ou melhor: que você chegasse ao vivo. E que você me trouxesse aqui a sua barriga, a sua nuca, a parte mais branca das sua coxas, a sua cara de bravo até pra sentir prazer e o seu cheiro de cigarro com amaciante. Me traz você, por favor. Me traz e leva embora todas essas coisas chatas que só servem para ocupar minhas horas enquanto você não chega.
Meu jornal me diz que a Record comeu uma boa parte do share. E eu querendo comer você. Minha revista me diz que a Petrobrás comprou a Ipiranga. E eu querendo te trazer numa sacola e te usar dos pés à cabeça. A internet me diz que a crise aérea não tem solução. E essa minha saudade de você? Será que tem? Não, o segundo casamento não é uma praga papa, praga é sentir isso. Praga é acumular jornais, revistas, livros e papelada. Tudo sem ler. Tudo sem sentir. Porque me jogar pelos cantos e suspirar você é só o que eu consigo fazer.
Aí eu tomo um banho bem quente, pra te espantar da minha pele. E canto bem alto, pra te espantar da minha alma. E escovo minha lingua bem forte, pra separar seu gosto do meu. E quase vomito, pra parir você do meu fígado. E tento ser prática e parar de suspirar. E tento abrir a geladeira sem me perguntar o que eu poderia comprar pra te agradar. E tento me vestir sem carregar a esperança de esbarrar com você por aí. E tento ouvir uma música sem lembrar que você gosta de se esfregar de lado em mim. E tento colocar uma simples calcinha e não uma bala perdida pronta pra acertar você. E tento ser só eu, simplesmente eu, novamente, sem esse morador pentelho que resolveu acampar em mim. E nada disso adianta. E o esforço pra não fazer nada disso já é fazer tudo isso.
E eu escrevo um parágrafo e corro pra ver se tem e-mail. E eu escrevo uma linha e corro pra ver se tem mensagem de texto. E eu não escrevo nada e também não corro, apenas deixo você chegar aqui do meu lado, em pensamento. E me pego sorrindo, sozinha. E me pego nem aí para todo o resto.
Mas sabe o que acontece enquanto isso? Enquanto eu não me movo porque estou lotada de você e me mover pesa demais? O mundo acontece. O mundo gira. As pessoas importantes assinam contratos, ganham dinheiro. As pessoas simples lutam por um lugar na condução, um lugar no mundo. Estão todos lutando. Estão todos ganhando dinheiro. Estão todos fazendo algo mais importante e mais maduro do que suspirar como uma idiota e só pensar em você.
Eu tenho muita inveja dessas pessoas maravilhosas, adultas, evoluídas e espertas que conseguem separar a hora de ir a uma reunião de condomínio com a hora de desejar alguém na escada do condomínio. A hora de marcar o dentista com a hora de engolir alguém. A hora de procurar a palavra “macambúzio” no dicionário com a hora de se perder com as suas palavras que de tão simples parecem complexas. A hora de ser inteira e a hora de catar meus pedaços pelo mundo enquanto você dá sinais desmembrados.
Eu não consigo nada disso, eu me embanano toda, misturo tudo, bagunço tudo. A minha única dúvida é se sou a única idiota a fazer isso comigo ou se sou a única idiota a admitir que faço isso comigo.
Sobre a autora: Com certeza você já ouviu ou viu algo da Tati Bernardi por aí. Talvez tenha visto uma cena em algum programa na Rede Globo ou tenha lido um texto no perfil de alguém. Seus tem o estilo que toda adolescente gosta, confusão, mistério e muito amor.
Tati Bernardi é paulistana e nasceu em abril de 1979. É formada em propaganda e marketing pela Universidade Mackenzie e fez pós graduação em vários cursos especializados de roteiro e cinema. Trabalhou nas melhores agências de propaganda do país durante oito anos e nos últimos dois anos se dedicou basicamente à literatura. Lançou os livros “A mulher que não prestava” e “Tô com vontade de alguma coisa que eu não sei o que é” pela Panda Books e atualmente colabora para revistas da Editora Abril como colunista e escreve programas de televisão para a Rede Globo. 
*Na tag “entre aspas” divulgamos textos de autores brasileiros. Escreve? Deixe seu link nos comentários. Quem sabe seu trabalho não aparece aqui no blog?

Entre aspas: O fundo do poço tem porão

Muitas vezes a vida nos dá uma rasteira. A gente cai, machuca as costas, rala o cotovelo e esfola o joelho. E as lágrimas saem pretas, pois o rímel fica todo borrado. Nos sentimos num beco no qual a saída é inexistente. E, se existe, esqueceram de nos entregar um mapa com as coordenadas.
Quando algo dá errado, parece que todo o resto resolve dar errado também. Ao mesmo tempo. No mesmo momento. Naquele exato minuto. Oh, oh, o que está havendo? Sim, o fundo do poço tem porão. E subsolo. Se está acontecendo um problemão no trabalho, parece que o namorado resolve ficar chato, a mãe começa a cobrar a tua presença, os amigos parecem que estão sempre ocupados demais. Dá a sensação de que o mundo inteiro resolveu te apontar o dedo e dizer: nada dará certo. Vira tudo uma grande meleca. E ninguém quer nos explicar como sair dela.
Vocês terminaram o namoro. No dia seguinte, tu vai ao médico e, bingo, qual o nome dele? João. Tá andando na rua e escuta alguém gritando “Joãoooooo”. Na fila do supermercado, João. João. João. Parece que todo mundo resolveu ter o mesmo nome do ex. Nossa, nunca vi tantos carros verde esmeralda, do mesmo modelo que o dele! De hora em hora toca a nossa música no rádio. Parece até conspiração, certo? Errado.
Tudo depende do nosso ponto de vista. Se olharmos com cara feia pra vida, ela vai nos retribuir da mesma forma. Vai nos dar o troco. Não existe conspiração internacional. João? Tem muitos. Carros verde esmeralda? Diversos. A música toca a todo instante? Sim. É que tu nunca tinha percebido isso…até ficar sem o João. Se o problemão no trabalho te afetou, com certeza vais ficar mais sensível…isso faz com que veja tudo sob outro prisma. Se achar que está tudo ruim, tudo ficará ruim mesmo.
Quando tudo está semi-perdido temos que buscar uma pontinha-aquela pontinha-de perseverança. As coisas mudam. Pra melhor. Basta querermos. Pra isso acontecer a gente tem que acreditar na gente. Always. Em primeiríssimo lugar. Para todo o sempre. Se nem a gente tem fé na gente, quem terá? Sim, é um papo otimista. Mas verdadeiro.
Grande parte das nossas frustrações acontecem quando a gente espera que o outro tenha as mesmas atitudes que nós teríamos em determinada situação. Mas o outro é somente o outro. Ninguém é igual a ninguém. E nunca será. E pra nos ajudar a sair do fundo do poço, porão ou subsolo…só a gente mesmo. O outro, por mais que te ame e queira teu bem, não pode fazer isso por ti. Nem que ele quisesse.
Quer saber quem escreveu esse texto? Clarissa é Clarissa porque um dia a dona Clara leu um livro e decidiu que assim seria. E assim foi. Depois de passar pelas faculdades de Direito e Psicologia, decidiu fazer o que mais ama: escrever. Concluiu o curso Formação de Escritores e Agentes Literários, na Unisinos. Escreve crônicas, contos, receitas, bilhetes, cartas, cartões, títulos, textos e, se bobear, até bula de remédio. É redatora publicitária e autora do livro de crônicas “Um pouco do resto”. 
*Na tag “entre aspas” divulgamos textos de autores brasileiros. Escreve? Deixe seu link nos comentários. Quem sabe seu trabalho não aparece aqui no blog ?

Fim de jogo

Não vou dizer que você quebrou meu coração. Nem vou te jogar alguma praga por não ter dado certo. Nossa história não iria muito além mesmo. Você sabe, não dá para ocupar um coração já preenchido. Não vou ser eu a lutar por um espaço no porão da sua vida. Quando for pra amar pra valer, querido, vou querer a suíte principal. Mas fica tranquilo que de você não guardo mágoa nenhuma. Nem isso, meu bem, nem isso.
Nós chegamos ao fim da linha. Fomos até aonde deu. Eu fui até mais longe do que deveria ter ido. Mas sei a hora de retirar minhas tropas do campo de batalha. Quebrei o coração vezes demais para saber quando tirar o pé do acelerador e dar uma freada brusca. Com você foi isso: acelerei sem olhar para trás e parei o carro do nada. Mas tudo bem, aqui dentro ficou tudo certo. Entre mortos e feridos, salvaram-se todos, como dizem por aí. Continuo intacta.
Talvez eu tenha chegado um pouco tarde, talvez eu nunca devesse ter vindo. Seu coração já tinha dona. Eu nunca tive nem chance. Eu sei disso. Você sabe também, não finge que não. Não finge que você poderia ter me amado como eu esperava que amasse. Você não poderia. Respira fundo, enche o peito e vá em frente: vá amar quem você bem entende. Deixa o medo pra lá. Amor de verdade exige coragem. Eu sei que você consegue. Eu quis você na minha vida porque eu sabia o cara ótimo que você podia ser.
Tudo isso é só para dizer que eu tô indo. Arrumei minhas coisas, organizei minha vida e tô indo. Arrumei minha bagunça na sua vida e tô indo. Deixei tudo limpinho e arrumado, como eu encontrei. As fotos dela na sua parede imaginária continuam lá, ok? Não toquei em nada. Só liberei meu coração de mais uma decepção, tudo bem? Não, eu não quero ficar e ver no que isso vai dar. No que isso poderia dar. Ou o que a gente poderia ser. O que importa é que a gente não foi nada.
E eu? Eu vou seguir a minha vida sem olhar para trás. Sem chorar mais esse fim de jogo. Vou torcer por você de longe. Quem sabe um dia você arranja aí a coragem que precisa para amar de verdade. Eu vou levar meu amor e minha coragem para outra pessoa qualquer. Fica aqui o aviso, então, de que eu tô indo. Eu tô saindo. Da sua vida. Só isso. Sem mágoa nenhuma. Tô saindo. Qualquer dia a gente se vê.
Entre aspas: Sem indireta, para endireitar

Digite aqui uma indireta para alguém.
Poderia ser a frase de abertura de qualquer atual site de redes sociais. Mas mais do que isso poderia ser a frase que a gente anda colocando como a principal no manual de instruções do que devemos estampar no coração da gente. Estamos lotando nossas falas, textos, fotos e pensamentos de indiretas. É como se a nossa vida virasse uma metáfora para o que sentimentos e por medo e covardia a gente calasse a verdade. Se o amor hoje em dia pudesse ser classificado em uma Era, seria a Era da Indireta. Talvez a Era da Paranóia (o que vão pensar do que eu falar?/será que falaram isso para mim?). É um tempo de amores que terminam antes de começar, porque o outro não nos dá a chance de conhecer quem realmente somos e se o que ele acha que somos não vale a pena, ele acha que não vai dar certo. E, sem conhecer, a gente segue achando sem nunca encontrar. Não adianta falar para o mundo inteiro e esquecer de dizer a quem de fato precisa. Não adianta achar que o outro sabe do que você fala, você não pode oferecer charadas ou adivinhações ao invés de amor e confiança.
Você não tem coragem de dizer a alguém que está apaixonado, pois tem medo de assustar. Não tem problema, algum trecho de música, filme, seriado, novela, livro, poema ou frase de pára-choque de caminhão pode ser publicada na Internet e, pronto, sua paixão está declarada. A saudade aperta e tudo perde um pouco a graça sem alguém ao seu lado. Mas dizer que sente falta pode soar desesperado, imaturo ou humilhante. Então, poucos dizem e muitos compartilham alguma foto em preto e branco e… concluído, já disse ao mundo que está tudo cinza, cinza de saudade.  Você erra e para não pedir perdão usa um contato mantido sem qualquer razão como indireta para dizer “me desculpa?”. Você não tem a honestidade suficiente de dizer a alguém que não gostou do físico dela quando a conheceu pessoalmente ou que por qualquer outro motivo não está mais a fim. Ao invés de dizer claramente “não” você usa seu silêncio como indireta. Ou você inventa alguma desculpa, tudo para não assumir que é apenas covarde.
Eu sei, a gente usa indireta para ver se a vida endireita e por mágica fica como a gente quer, a gente usa desculpas para tentar não magoar alguém e ter depois que de fato se desculpar pela dor causada. Eu sei, mas não basta, não basta porque o outro precisa entender. Você pode duvidar, mas distância nem sempre é a indireta perfeita para dizer que não está mais a fim ou para expressar que você foi magoado, da mesma forma estar sempre presente e disposto não é a indireta certeira para afirmar que você ama alguém. Isso tudo é só ter medo e deixar de dizer, é fugir, escolher ter e oferecer dúvidas. E criar um novo problema nunca foi a melhor solução.
No amor, pode não haver tempo. Pode não haver tempo não porque você vai morrer amanhã, mas porque alguém que você ama pode acabar desistindo de viver hoje ao seu lado. Pode não ter mais perdão para suas desculpas, pode não ter mais como endireitar o que você perdeu por tanta indireta. Amor não pode ser algo que se passa somente dentro da sua cabeça e que somente você vai entender. Amor precisa sim ser dito, ser claro ao ponto de quase ser clichê. Eu disse quase.  Às vezes as pessoas não estão prontas para ouvir a verdade ou as verdades do que sentimos, mas ainda assim diga e, se preciso, grite.
Digite aqui o você de fato sente por mim, para abrir a porta e poder ficar.

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